terça-feira, 13 de outubro de 2020

 Poetas e vagabundos são irmãos

Palavras e comunhão

Não se misturam e nem se confundem

São sempre águas que descem na encosta da pedra

São sempre iguais ao sopro de vento na testa

Poetas e vagabundos são música no trovão

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Luz da alma

 Para mostrar a luz que emana da alma

Basta cantar uma canção da estrada

Certo fazer um poema de amor

Uma oração para a amada

A luz vai refletir o sonho

Vai perdurar pelos ares

Ao vento que leva e que traz

Ao mundo que guia e gira

Beleza no que diz e que faz

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Modernos tempos

 Compro sonhos, vendo prosas

Bicicletas que transportam

Desde filmes à personagens

Correm livres pelas Lives

Desses tempos mais modernos

Vendo poemas, canto versos

Minhas pernas que não param

Minhas costas que expressam

Cada dor, cada insônia

Nesses mesmos universos

Que confundem vida e sonho

De viver cada presságio

Meu dever é ser menino

Homem solto como falho


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Imigrantes

 Temos que mudar nosso destino

As mudanças serão sentidas em cada passo

Dentro de nós serão sentidos os caminhos

E veremos o sol que nascerá com brilho laico


Nem vistante, nem permanente

Cada mudança traz o véu que cobre o rosto

Em outras terras cada sonho de vivente

Mostrará o céu como proposto


É outra vida que virá nessa corrente

É outro mundo, mais profundo mais real

É verdadeira a mudança dessa gente

Que sente a vibração do tempo eternal

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

 Passando o tempo sem pensar em chuva

Sem molhar o tempo que me faz chover

Tempero frio que me traz fumaça

Me tempera o sonho a cada amanhecer


Tempo de estio sem molhar a graça

Chuva que não banha nosso coração

Vento de tempo que embala em dobro

As dobras do tempo igual uma canção

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Dois poços fundos

 Quem procura chuva no sertão 

Não sabe da seca 

Não sabe da dor de estar com sede

Quem percebe o sol do litoral

Se delicia e se banha

Sem dá sentido ao irmão


Somos dois mundos

Dois poços fundos



quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O voo da águia

 Da montanha, o pássaro se solta e segue a mirar o tempo

Olha o mar, o chão, o movimento.

Deixa se levar pelo vento e segue em seu voo horas à fio

Ruflar de asas são momentos de liberdade

São seus olhos que fitam o rio

Presas, são livres à correr para se esconderem das garras

Sabem do medo, da dor, do ataque brusco

Deixam-se mover entre as fendas

Não suportam amarras.


Vista -se agora para proteger seu sangue

Camuflagem entre folhas e galhos

Respirar de cada gota de orvalho

Que molha o tempo, o voo estanque


O sol se vai e leva o vento, as asas. o medo.

Sobra vida nas encostas da montanha

Suspiro. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Que o sol possa brilhar em sua história
Que na sombra esteja o vento
E que sopre só vitórias

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Bálsamo de mar

Verso que escrevo aos ventos
Voam aos cântaros
Sopram pelos cantos em vozes de lamentos

Canto que ressoa em verso
Pousam aos prantos
Lágrimas de nuvens que descem bem perto

Vem ver minha vida
Viver minha valsa
Dançar minha vela
No mar como bálsamo

Canto de parede

Talvez só agora eu tenha visto o que é a vida
Escondida em cada canto de parede
Eu sei que é tão normal na vida de um jovem comum
Da garganta ainda não sumiu a sede

Correr quem corre em busca de um universo
Pensar dias e noites pra poder rimar um verso
Eu quero mais que isso
Eu quero tudo que é direito
Pra poder pensar direito e dizer

Que a vida é diferente da minha infância perdida
Não existe nem castelos nem rainhas
O certo é sempre errado que o mundo demostra
Cada pessoa é sempre sozinha


Parceria com Maurício dos Santos Paz in memoriam

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Pescador de Melodias

Durante essa pandemia, resolvi escrever minha biografia, incentivado pela Irone. 
No início refutei a ideia, mas logo ela me abraçou e comecei a rascunhar algumas palavras para dá vida a mais essa produção.
Fiz umas perguntas para o Cacá, que me foram importantes demais, e gravei uns áudios com ele para não ter que ficar perguntando o tempo todo sobre nossa família.
Ele foi de uma educação extrema e me falou muito sobre coisas que minha mãe falava, mas que na época eu não dava tanta importância, visto que era muito jovem e nem fazia ideia daquilo que ela me contava em seus delírios e saudades.
Fui lembrando de histórias que vivi e que relembrava outras tantas que apareciam na medida que eu ia escrevendo e relatando fatos, tanto das minhas lembranças quanto das buscas por elas em meus pensamentos.
Digo que não é tão simples assim, escrever sobre si, se colocando ao lado dos acontecimentos e na tentativa de não ser egocêntrico demais, pontuando situações reais e muitas das vezes chorando com tantas lembranças e memórias que fizeram a minha vida e essa história que conto em muitas linhas.
A vida me foi de uma dificuldade extrema e de uma beleza de superação, que mesmo sendo eu o escritor, me via nela como uma personagem de filme, que se encontra em todos os cantos do enredo.
Agora estamos na parte das correções, onde a Irone e nossa amiga Elisângela Eli Macuxi, estão fazendo anotações e dando dicas importantes para finalmente finalizar o processo que terá um livro como resultado final.
Pescador de Melodias será o título desse relato de vida que também terá um curta-metragem homônimo.
Título esse dado por Alfredo Rolins, que escreveu o prefácio do Songbook, livro de partituras que lancei em parceria com a Universidade Federal de Roraima, com transcrição das canções por Marcus Vinícius.
Agora é só esperar o lançamento de mais uma obra literária. Evoé.  

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A vez da Live

Agora é a vez da Live
Vamos ficar bem leves
Levar a vida bem livre
Agora é vida que segue

Viver virtualidade
Presente vida real
Realidade sensata
Agora é mundo virtual

Se livre de qualquer tormento
Tornado, tufão, maresia
Agora é só fantasia
Melhor do nosso momento

A Live que venha de leve
Leveza que traga amor
Qualquer sentido que for
É tempo de ser mais leve


terça-feira, 28 de julho de 2020

Retas fatais

Escrevo por que necessito
Para inventar finais
Linhas tênues, pensamentos vivos
Curvas tortas em retas fatais

Desobedeço formas e delírios
Vagão nos trilhos à descarrilhar
Sou lápis  fino, ponta de grafite
Descolorindo por todo lugar


 

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Amor agudo

Descobrindo o vento na encosta do mundo
Dando voltas no tempo como por um segundo
Vendo o barco nas ondas
Vendo as ondas do mar
Vejo que meu desejo sempre foi navegar

Desenhando a fogueira no horizonte além
Buscando queimar tudo quanto se tem
Vela aberta no tempo
Vela o tempo de espera
Vejo o fogo brilhando na redoma esfera

Solidão não é silêncio
Multidão não é barulho
Meu perdão será sentido
Quando o amor me for agudo

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Lado a lado

Deixa a vida acontecer por mais que sofras
Ergue a lona, solta os bichos
Canta aos ventos que é preciso
Desvendar o mundo inteiro
Acordar de manhã cedo e revelar

Veja a vela ao mar sentido norte
Busca a sorte, o amor existe
Tanto faz momento triste
Que passagem marca o peito
Não tem jeito amanhecer sem relembrar

A vida agora tem sentido
Lado a lado caminha comigo
O barco vai levar meu canto
Olê ola

terça-feira, 21 de julho de 2020

Me mostre tudo que desejas ter
Diga pra mim
Mostre aquilo que escondes longe do querer
Sobre o amor
Porquê durou
Amor sem fim
Derramar lágrimas ou me olhar
Falar pro além
Mostre a dor que sofreu quando dormia
Porquê acordou
Foi teu calor
Voltar convém

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Toda verdade

Ao passo que vou entrando na tua vida
Nesses anos que me vês com olhar manso
São tempos de dançar ao canto do vento
Cantar aos pés do momento
No solfejo que encanta o remanso

No tempo de ter voz cantando à musa
Você comigo no lençol que nos esquenta
Semente de amor que brota aos tantos
Mesmo sem sol, sem chuva ou sem mar
No vendaval que dobra o horizonte
Canto de sereia me contenta

Agradeço os dias, madrugadas e outros tempos
Ano à ano, dia à dia, noite à dentro
Vejo luz e outros brilhos em que me crês
Toda verdade que caminha ao nosso lado
Aprendo a ver, ensino o ser que me constrói
Nesse meu canto que entoa o sentimento

terça-feira, 7 de julho de 2020

Amor que te abraça




Sempre que canto meu mundo
Canto seu mundo também
Essa mistura de vozes
Canto que muito convém

Onda de mar que te banha
Vento soprando pro além
Doce vocal que ressoa
Verso que canta meu bem

Sempre que canto pra lua
Sempre cantando me vem
Aquela frase amorosa
Frase que canto que tem

Todo amor que permeia
Teia de amor que enlaça
Esse meu canto semeia
Todo esse amor que te abraça

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Sinto que minha voz se perdeu
Já não digo nada
Já não sei falar
Sinto-me calado à força
Já não sei  dizer
Já não sei rezar
Sinto que a canção não reverbera
Já não sei ouvir
Já não sei cantar

Marcas da Pandemia

Em tempos de pandemia
Não desespere, sorria
Serão dias de tortura
Dias de dor e de loucura
Mas não são tempos de guerra
Quem sabe viver na tempestade
Saberá viver isolamento
Dias iguais
Dias mais lentos
Tal qual as noites
Onde a cama é quase areia
Muda a sabor do vento
Sofre com o movimento
Das ondas que mudam o veio
Na veia o sangue dorme
No solo é mais que tiro
Facada profunda à fio
São tempos de comunhão
Ou pensamos positivo
Ou teremos comoção
Em tempos de pandemia
São tempos de oração