sexta-feira, 3 de julho de 2020

Sinto que minha voz se perdeu
Já não digo nada
Já não sei falar
Sinto-me calado à força
Já não sei  dizer
Já não sei rezar
Sinto que a canção não reverbera
Já não sei ouvir
Já não sei cantar

Marcas da Pandemia

Em tempos de pandemia
Não desespere, sorria
Serão dias de tortura
Dias de dor e de loucura
Mas não são tempos de guerra
Quem sabe viver na tempestade
Saberá viver isolamento
Dias iguais
Dias mais lentos
Tal qual as noites
Onde a cama é quase areia
Muda a sabor do vento
Sofre com o movimento
Das ondas que mudam o veio
Na veia o sangue dorme
No solo é mais que tiro
Facada profunda à fio
São tempos de comunhão
Ou pensamos positivo
Ou teremos comoção
Em tempos de pandemia
São tempos de oração