Durante essa pandemia, resolvi escrever minha biografia, incentivado pela Irone.
No início refutei a ideia, mas logo ela me abraçou e comecei a rascunhar algumas palavras para dá vida a mais essa produção.
Fiz umas perguntas para o Cacá, que me foram importantes demais, e gravei uns áudios com ele para não ter que ficar perguntando o tempo todo sobre nossa família.
Ele foi de uma educação extrema e me falou muito sobre coisas que minha mãe falava, mas que na época eu não dava tanta importância, visto que era muito jovem e nem fazia ideia daquilo que ela me contava em seus delírios e saudades.
Fui lembrando de histórias que vivi e que relembrava outras tantas que apareciam na medida que eu ia escrevendo e relatando fatos, tanto das minhas lembranças quanto das buscas por elas em meus pensamentos.
Digo que não é tão simples assim, escrever sobre si, se colocando ao lado dos acontecimentos e na tentativa de não ser egocêntrico demais, pontuando situações reais e muitas das vezes chorando com tantas lembranças e memórias que fizeram a minha vida e essa história que conto em muitas linhas.
A vida me foi de uma dificuldade extrema e de uma beleza de superação, que mesmo sendo eu o escritor, me via nela como uma personagem de filme, que se encontra em todos os cantos do enredo.
Agora estamos na parte das correções, onde a Irone e nossa amiga Elisângela Eli Macuxi, estão fazendo anotações e dando dicas importantes para finalmente finalizar o processo que terá um livro como resultado final.
Pescador de Melodias será o título desse relato de vida que também terá um curta-metragem homônimo.
Título esse dado por Alfredo Rolins, que escreveu o prefácio do Songbook, livro de partituras que lancei em parceria com a Universidade Federal de Roraima, com transcrição das canções por Marcus Vinícius.
Agora é só esperar o lançamento de mais uma obra literária. Evoé.