domingo, 5 de junho de 2011

dança

no meio do terreiro dança a negra
seu corpo embala a noite de luar
é como se chovesse poesia
em pleno equilíbrio á beira mar
traduz o que somente ver e sente
a quem pertence o corpo quando esvai
somente quando brota quando nasce
aos passos que flutuam que destrai
é minha essa alegria ao ver a dança
é meu esse prazer te ver dançar
sentir que o corpo é fruto que se lança
terreiro negra e dança á beira mar
a lua brilha longe mas sensível
reflete todo amor que a ela diz
que dança que flutua que revela
nuances da beleza da matiz
adoro toda dança dessa negra
terreno que não piso que não giz
escreve em ondas de areia dessa praia
espalha a dança o corpo que feliz
se molda se conforta se remete
ao tempo dos broqéis que Cruz boceja
é negra essa mudança dança noite
terreiro poesia que graceja

quinta-feira, 2 de junho de 2011

dias alheios

no meu coração em pedaços
somente os trapos da angustia refletem sinal de beleza
solidão nas noites de frio
multidão nos dias alheios
chuva forte em torno dos mares
rios caldalosos em meio a floresta
arrepio em pele de loucos
maresia em restos de frases
quando os peixes se enchem de festa
no meu coração de tormentas
somente os farrapos na cara dos pobres
que são de ternura os olhos dos ventos
que são só invernos nas mentes que passam
solução de quem quer ver vitória
comunhão na entranha de abraços

quarta-feira, 1 de junho de 2011

blues despido

despi-me do medo de dizer que amo
sem roupas posso ter reflexo do meu ser
dizer não é tudo porem enche inflama
sorte para a morte por traz do prazer
eu nú e tú louca na razao do medo
voce na corrente da paixao reluz
despido na cama acompahado d´alma
sem calma pra tí, sou muito mais que blues
despi-me não nego esse meu gozo aborda
loucura do medo pra trazer a paz
loucura é detalhe que reflete a palma
que a mão do espelho brilha e satifaz
nem sombra nem grito esse medo é segredo
meu jeito de amar como se ama Deus
mas vem comigo esse meu blues despido
e nú te peço que venhas ao braços meus
um turbilhão na cabeça que inflama
no frio do quintal sem uma cama
na aparencia de quem fere uma dama
eu sou o grito dos peixes no mar
queria ver meu som na boca do mundo
ouvir o tom do surdo quando bate no compasso
poder falar sem travas na arena dos loucos
espalhar solidão na multidão de abraços
queria ter segredos no vendaval de sonhos
sentir teu cheiro pouco mas que sinto agora
gritar aos ventos todos os sentimentos muitos
mas vou ser feito canção na aflição de outrora

quinta-feira, 26 de maio de 2011

dos olhos do medo que falam
dos dentes ferozes do cão
na mente que enfrenta outra alma
do peso que está na canção
somente quem for passegeiro
somente quem for avião
teu medo na mão da miséria
segredo do teu coração

bandido ou falsário

no meio de qualquer tolice
na alça que tira o foco da mesmice
sem preocupação com a vanguarda
não sou eu quem faz a estrada
sou eu quem camufla o estardalhaço
nem pedágio nem palhaço
sou teu fel na primavera
nem vem com essa conversa que te espera
pois meu samba bate dentro do conflito
nem que tú soltes outro grito
renegarei o meu inverno
sou bandido que dá torto por correto
sou falsário dando voltas quando pruma
nesse mar de borboletas que te arruma
nesse rio de aflito e de cansaço
porem salto noutro braço que te agarro
vens comigo pois sou sangue que espuma