sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Espero


Espero por voce porque tenho saudade
Porque tenho vontade de morder seu umbigo
Espero por voce porque sou sua verdade
Porque amo demais quando brincas comigo
Quando sonha em meu sonho

Quando canta em meu canto
Quando espera que eu entre
Na tua via lactea
Espero por voce porque sou seu mistério
varanda na sua ventania da tarde
Sopra meu rosto com teu hálito
Diz-me do som que os lábios soam
Espero que me beije ao por do sol
Porque sou como a lua escondida
Porque quero teu cheiro de mar de Timor
Porque sou seu perfume de jardim florido
Exalando flores te fazendo odor
Refletindo cheiro pura poesia
Esperando sempre como sempre estou.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

São Paulo Bali


                                                               São Paulo Bali

Nunca havia cruzado o Oceano Atlantico ate aquela data, quando entrei num voo da Singapura Airlines saindo de Sao Paulo com escalas em Barcelona, Singapura e pousando em Bali, na Indonesia.

Meu coracao me dizia que aquele seria um voo de mudancas, que o que eu encontraria no Oriente nao parecia com nada que eu ja tivesse visto e vivdo antes, e curti toda viagem.

Tudo era novidade quando o aviao pousou em Bali as nove e trinta da noite do dia 31 de Marco, e que logo pude perceber a grandiosidade daquele pais, cheio de arte e de encanto, mas com muito receio de ser enganado por qualquer um que se aproximasse, pois o ingles que eles falam eu nao compreendia, mas logo fui me adaptando aquele sotaque indoneso.

Tenho que admitir que me apaixonei logo, por tudo e principalmente por suas pracas e monumentos, cheios de historia e de beleza, num mundo onde cada detalhe faz toda diferenca.

Peguei um taxi para um hotel chamado Simpang Inn na praia de Kuta, onde eu esperaria a Irone que desembarcaria na manha seguinte vindo de Dili, no Timor Leste, onde ela faz seu trabalho de lingua  portuguesa e onde tambem eu iria passar uns dias logo que nossas ferias de dez dias terminassem.

A primeira noite foi de adaptacao, visto que a troca de fusos horarios mexe com todo nosso sistema biologico, dando uma sensação de ter entrado no tunel do tempo, e com a nítida impressão te que se perdeu alguma coisa no caminho.

Sono dos deuses, por conta do cansaco e logo cedo eu estava de pe, perambulando pela cidade, conhecendo gente, trocando ideias com moradores e turistas, na tentativa de familiaridade com aquela nova realidade em que eu me via, posto que Bali recebe muitos visitantes em todos os periodos do ano.

Fui para o aeroporto receber minha esposa que tinha voo previsto para as tres e trinta da tarde, era primeiro de Abril e nao era mentira, ela chegando numa aeronave da companhia Meparti, e pousando na Indonesia no horario certo, cheia de alegria por me ver e eu receptivo por ve-la e saber que estava tudo bem, depois de dois meses morando no Timor, com muitas saudades. Mudamos de hotel na manha seguinte, indo ficar mais proximo do mar de Kuta, num hotel que parecia mais tranquilo e mais familiar, com pessoas sorridentes e muito atenciosas, nosso lar nos dias vindouros, com piscina, internet wi – fi, quarto confortavel e com certeza mais seguro do que o anterior.

Pagamos todos os dias antecipado, coisa que ja haviamos feito no Caribe, quando da nossa visita a ilha de Margarida, para ter a tranquilidade de poder usar nosso dinheiro em compras e passeios sem preocupacao, e fomos ver o mar.

Ja na praia fomos identificados como brasilerios por um rapaz simpatico que, falando um portugues um tanto complicado apresentou-se pra gente, dizendo a palavra chave da compreensao, Ronaldinho, Ronaldo, com sotaque carregado, e ali comecava nossa amizade com Sigit, um estudante de medicina que havia deixado o consultorio em troca de aulas de surf no mar de Bali, uma sabia escolha para quem vive naquele paraiso na terra.

É esse amigo que mostra toda riqueza e beleza da ilha pra gente, nos levando em museus, praias, restaurantes locais, lojas de habitantes e a custo quase zero, tendo em vista que ele nao queria aceitar quase nunca nossa oferta de pagamento para as nossas visitas aos templos e tudo mais que eu ja citei.

Palavras dele, quem vem a Bali tem que fazer aulas de surf e receber massagem indonesa, ou do contrario nao veio a Bali, como aquele nosso ditado de ir a Roma e nao ver o Papa.

Hora marcada e fomos para o mar para nossa aula com prancha grande, que, de acordo com ele é mais lenta e portanto menos perigosa para alunos iniciantes.

Ficar em pé é uma certeza dada pelo instrutor Sigit, que nos apresentou seu amigo e tambem instrutor como ele, Yupi, que acompanhou Irone, ficando comigo para nossa primeira aula de surf.

Ainda fora da água, algumas noções de como se levantar, como remar, a melhor maneira de produzir uma foto pra Facebook, essas coisas que gostamos de mostrar para os amigos e familiares que ficaram tão distante, e la vamos-nos mar a dentro, cheios de coragem e disposição, fazer uma hora de aula na manha do dia 04 de Abril, voltando para a segunda hora de aula na parte da tarde.

Dali saimos direto para uma casa de massagem em frente a praia, onde pudemos confirmar a sua excelencia, ficamos novos de novo e prontos para mais um dia de passeios e visitas.

Os dias passaram rápido e logo os dez dias de férias se foram e o destino agora era Dili, a capital Timorense, e esse é outro capítulo.

O Estádio que não abre as portas


                                                     O estádio que não abre as portas

Fui morar do lado do estádio municipal de Díli, no bairro Economico e pensei, como gosto muito de futebol vai ser bom viver perto do campo nesses seis meses de Timor Leste, pelo menos para passar tempo vendo uma partida de vez em quando, e conhecendo os times do país, saber um pouco desse esporte mundial desse lado do mundo, de onde não conheço absolutamente nada das equipes timorenses e aonde possa ver como se comportam os nativos dentro de uma arena.

De emidiato fui na portaria do estádio para informar-me de quando teria uma peleja, pois um out-door na cidade avisava de um jogo amistoso entre as equipes de timor e japão no sub-vinte para o próximo mes de Julho mas esse mes é um tanto complicado, posto que é mes de eleição parlamentar, mas tudo bem, guardei a data e fiquei esperando o tal confronto.

Chegado o grande dia fui cedo para saber de ingresso, horário, portão de entrada, essas coisas básicas que um torcedor e frequentador de carteirinha se preocupa e para minha surpresa o jogo havia sido suspenso pela tensão política do pleito, e tenho que admitir que estava mesmo muito tenso esse período, e voltei para casa com a informação de que teria uma outra data para a realização do encontro.

Passado mais um mes e mais outro e nada de jogo, nada de portões abertos, nada de futebol.

Percebí que o Estádio Municipal de Díli não abre as portas para o esporte, não reuni torcedores e nem sequer pequenos torneios com clubes locais.

                                                                                                                     George Farias

A Buzina


                                                                                  A buzina

 

                                                                                                                                                                   George Farias

Chegando em Díli, capital do Timor Leste o som que mais chama a atenção são buzinas de todos ruídos e durações possíveis. Não se sabe nunca para quem ou para que se buzina tanto nessa cidade, onde o transito é em maioria lento e sem grandes conflitos. Fiquei pensando comigo como podería ter se construido uma sociedade assim, com tanta poluição sonora e sem a menor necessidade, posto que as ruas não tem tantos carros assim e grande parte deles são táxis que fazem o papel do transporte público.

Se buzina para passageiros, para cachorro, para amigos, para que o carro da frente saia do meio da rua, como se quem está nele, tambem não tivesse o direito de estar naquele lugar por ser carro menor ou uma bicicleta, ou mesmo um pedestre que atravessa a avenida em determinado horario.

Será que virou símbolo de poder, buzinar tanto, ou é uma necessidade de aparecer mais que os outros que tambem precisam está em seu caminho, hora para ir ao trabalho , hora para o lazer, ou simplesmente passeando com a família num sábado a tarde.

E não são só carros que buzinam, motos, policiais, microlets ou mesmo caminhão de entrega de carga.

Em frente ao banco, na praça, praias, escolas, ninguem está livre da buzinada no ouvido seja dia ou seja noite, quando voce menos espera, fon, bi, trimmm, ohhhhhh, pronto saia da frente que tem um motorista que certamente passará por cima de voce sem dúvida nenhuma.

Nem hospitais estão em segurança ou pedem silencio em placas, para que não se buzinem em prol dos seus enfermos, pois penso que não faria diferença placas pedindo isso, para pessoas que já estão habituadas a apertar a buzina antes de apertar o freio.

É quase unamime a buzina em Timor Leste, em determinados locais voce não pode nem conversar porque certamente não vai ser ouvido, devido ao ensurdecedor buzinaço que se faz e é constante.