segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Vos digo

Em verdade vos digo
Sonhei
E fui ao encontro do sol que imaginei
Sigo ainda a estrela luminar
Que transcende
Que transpira
Que ensina-me cantar
Vos digo que cantei
Sem voz e sem medo
Do que os outros falariam
...
Sem receio do mergulho
Que na certa alcançaria o mais profundo de outro mar
Vos digo que não calo
Mesmo estando em cela morna
Meu desejo é o que suporta
Alma viva ou carne morta
Sou eu mesmo o navegar
Vos digo que pirei
Pelas cores do oceano
Pelas festas pelos panos em que me veste
Por lembrança em teu olhar
Só eu mesmo o meu abrigo
Vos digo

sábado, 10 de novembro de 2012

Sou Guaraní Sou Kaiowá


Sou guaraní sou kaiowá

Sou macuxí tupinambá

Eu sou semente eu sou do ar

Eu sou da terra eu sou do mar

Sou peixe espada voador

Sou da linha do pescador

Quem me conduz é meu cantor

Eu sou quem canta o teu amor

Eu sou maubere crocodilo

Sou peixe boi eu sou do rio

Sou iansã eu sou nago

Aquele grito aquela dor

Eu sou o vento eu sou a flor

Aquele espinho furador

Eu sou ingá eu sou rasteiro

Quem cruza o mar eu sou ligeiro

Ianomami ingaricó

Sou o punhal eu sou cipó

Eu sou a vela sou o mastro

Aquela cruz aquele rastro

Eu sou poema sou canção

Meu canto vem do coração

Quem me conhece ver-me irmão

Sabe que eu sou emoção

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Espero


Espero por voce porque tenho saudade
Porque tenho vontade de morder seu umbigo
Espero por voce porque sou sua verdade
Porque amo demais quando brincas comigo
Quando sonha em meu sonho

Quando canta em meu canto
Quando espera que eu entre
Na tua via lactea
Espero por voce porque sou seu mistério
varanda na sua ventania da tarde
Sopra meu rosto com teu hálito
Diz-me do som que os lábios soam
Espero que me beije ao por do sol
Porque sou como a lua escondida
Porque quero teu cheiro de mar de Timor
Porque sou seu perfume de jardim florido
Exalando flores te fazendo odor
Refletindo cheiro pura poesia
Esperando sempre como sempre estou.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

São Paulo Bali


                                                               São Paulo Bali

Nunca havia cruzado o Oceano Atlantico ate aquela data, quando entrei num voo da Singapura Airlines saindo de Sao Paulo com escalas em Barcelona, Singapura e pousando em Bali, na Indonesia.

Meu coracao me dizia que aquele seria um voo de mudancas, que o que eu encontraria no Oriente nao parecia com nada que eu ja tivesse visto e vivdo antes, e curti toda viagem.

Tudo era novidade quando o aviao pousou em Bali as nove e trinta da noite do dia 31 de Marco, e que logo pude perceber a grandiosidade daquele pais, cheio de arte e de encanto, mas com muito receio de ser enganado por qualquer um que se aproximasse, pois o ingles que eles falam eu nao compreendia, mas logo fui me adaptando aquele sotaque indoneso.

Tenho que admitir que me apaixonei logo, por tudo e principalmente por suas pracas e monumentos, cheios de historia e de beleza, num mundo onde cada detalhe faz toda diferenca.

Peguei um taxi para um hotel chamado Simpang Inn na praia de Kuta, onde eu esperaria a Irone que desembarcaria na manha seguinte vindo de Dili, no Timor Leste, onde ela faz seu trabalho de lingua  portuguesa e onde tambem eu iria passar uns dias logo que nossas ferias de dez dias terminassem.

A primeira noite foi de adaptacao, visto que a troca de fusos horarios mexe com todo nosso sistema biologico, dando uma sensação de ter entrado no tunel do tempo, e com a nítida impressão te que se perdeu alguma coisa no caminho.

Sono dos deuses, por conta do cansaco e logo cedo eu estava de pe, perambulando pela cidade, conhecendo gente, trocando ideias com moradores e turistas, na tentativa de familiaridade com aquela nova realidade em que eu me via, posto que Bali recebe muitos visitantes em todos os periodos do ano.

Fui para o aeroporto receber minha esposa que tinha voo previsto para as tres e trinta da tarde, era primeiro de Abril e nao era mentira, ela chegando numa aeronave da companhia Meparti, e pousando na Indonesia no horario certo, cheia de alegria por me ver e eu receptivo por ve-la e saber que estava tudo bem, depois de dois meses morando no Timor, com muitas saudades. Mudamos de hotel na manha seguinte, indo ficar mais proximo do mar de Kuta, num hotel que parecia mais tranquilo e mais familiar, com pessoas sorridentes e muito atenciosas, nosso lar nos dias vindouros, com piscina, internet wi – fi, quarto confortavel e com certeza mais seguro do que o anterior.

Pagamos todos os dias antecipado, coisa que ja haviamos feito no Caribe, quando da nossa visita a ilha de Margarida, para ter a tranquilidade de poder usar nosso dinheiro em compras e passeios sem preocupacao, e fomos ver o mar.

Ja na praia fomos identificados como brasilerios por um rapaz simpatico que, falando um portugues um tanto complicado apresentou-se pra gente, dizendo a palavra chave da compreensao, Ronaldinho, Ronaldo, com sotaque carregado, e ali comecava nossa amizade com Sigit, um estudante de medicina que havia deixado o consultorio em troca de aulas de surf no mar de Bali, uma sabia escolha para quem vive naquele paraiso na terra.

É esse amigo que mostra toda riqueza e beleza da ilha pra gente, nos levando em museus, praias, restaurantes locais, lojas de habitantes e a custo quase zero, tendo em vista que ele nao queria aceitar quase nunca nossa oferta de pagamento para as nossas visitas aos templos e tudo mais que eu ja citei.

Palavras dele, quem vem a Bali tem que fazer aulas de surf e receber massagem indonesa, ou do contrario nao veio a Bali, como aquele nosso ditado de ir a Roma e nao ver o Papa.

Hora marcada e fomos para o mar para nossa aula com prancha grande, que, de acordo com ele é mais lenta e portanto menos perigosa para alunos iniciantes.

Ficar em pé é uma certeza dada pelo instrutor Sigit, que nos apresentou seu amigo e tambem instrutor como ele, Yupi, que acompanhou Irone, ficando comigo para nossa primeira aula de surf.

Ainda fora da água, algumas noções de como se levantar, como remar, a melhor maneira de produzir uma foto pra Facebook, essas coisas que gostamos de mostrar para os amigos e familiares que ficaram tão distante, e la vamos-nos mar a dentro, cheios de coragem e disposição, fazer uma hora de aula na manha do dia 04 de Abril, voltando para a segunda hora de aula na parte da tarde.

Dali saimos direto para uma casa de massagem em frente a praia, onde pudemos confirmar a sua excelencia, ficamos novos de novo e prontos para mais um dia de passeios e visitas.

Os dias passaram rápido e logo os dez dias de férias se foram e o destino agora era Dili, a capital Timorense, e esse é outro capítulo.

O Estádio que não abre as portas


                                                     O estádio que não abre as portas

Fui morar do lado do estádio municipal de Díli, no bairro Economico e pensei, como gosto muito de futebol vai ser bom viver perto do campo nesses seis meses de Timor Leste, pelo menos para passar tempo vendo uma partida de vez em quando, e conhecendo os times do país, saber um pouco desse esporte mundial desse lado do mundo, de onde não conheço absolutamente nada das equipes timorenses e aonde possa ver como se comportam os nativos dentro de uma arena.

De emidiato fui na portaria do estádio para informar-me de quando teria uma peleja, pois um out-door na cidade avisava de um jogo amistoso entre as equipes de timor e japão no sub-vinte para o próximo mes de Julho mas esse mes é um tanto complicado, posto que é mes de eleição parlamentar, mas tudo bem, guardei a data e fiquei esperando o tal confronto.

Chegado o grande dia fui cedo para saber de ingresso, horário, portão de entrada, essas coisas básicas que um torcedor e frequentador de carteirinha se preocupa e para minha surpresa o jogo havia sido suspenso pela tensão política do pleito, e tenho que admitir que estava mesmo muito tenso esse período, e voltei para casa com a informação de que teria uma outra data para a realização do encontro.

Passado mais um mes e mais outro e nada de jogo, nada de portões abertos, nada de futebol.

Percebí que o Estádio Municipal de Díli não abre as portas para o esporte, não reuni torcedores e nem sequer pequenos torneios com clubes locais.

                                                                                                                     George Farias

A Buzina


                                                                                  A buzina

 

                                                                                                                                                                   George Farias

Chegando em Díli, capital do Timor Leste o som que mais chama a atenção são buzinas de todos ruídos e durações possíveis. Não se sabe nunca para quem ou para que se buzina tanto nessa cidade, onde o transito é em maioria lento e sem grandes conflitos. Fiquei pensando comigo como podería ter se construido uma sociedade assim, com tanta poluição sonora e sem a menor necessidade, posto que as ruas não tem tantos carros assim e grande parte deles são táxis que fazem o papel do transporte público.

Se buzina para passageiros, para cachorro, para amigos, para que o carro da frente saia do meio da rua, como se quem está nele, tambem não tivesse o direito de estar naquele lugar por ser carro menor ou uma bicicleta, ou mesmo um pedestre que atravessa a avenida em determinado horario.

Será que virou símbolo de poder, buzinar tanto, ou é uma necessidade de aparecer mais que os outros que tambem precisam está em seu caminho, hora para ir ao trabalho , hora para o lazer, ou simplesmente passeando com a família num sábado a tarde.

E não são só carros que buzinam, motos, policiais, microlets ou mesmo caminhão de entrega de carga.

Em frente ao banco, na praça, praias, escolas, ninguem está livre da buzinada no ouvido seja dia ou seja noite, quando voce menos espera, fon, bi, trimmm, ohhhhhh, pronto saia da frente que tem um motorista que certamente passará por cima de voce sem dúvida nenhuma.

Nem hospitais estão em segurança ou pedem silencio em placas, para que não se buzinem em prol dos seus enfermos, pois penso que não faria diferença placas pedindo isso, para pessoas que já estão habituadas a apertar a buzina antes de apertar o freio.

É quase unamime a buzina em Timor Leste, em determinados locais voce não pode nem conversar porque certamente não vai ser ouvido, devido ao ensurdecedor buzinaço que se faz e é constante.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Circo de Fantoche

Gosto de quem tem olhar crítico
De quem faz sua história ser o circo
Espetáculo sem máscara
Acrobata sem rede
Gosto de quem tem sede de sonhar
...
E recebe a vaia como aplauso
No cenário do asfalto sem camarin
Aquele que descobre o que há em mim
O sorriso de um palhaço enacantado
Jaula sem leão
Homem domado
Critica com voz rouca e tom suado
Toda queda do arame
Mas que inflame quando for saudado
Gosto do verbo que reverbera
Na boca da estrela que encanta a noite
Meu circo de fantoche

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

faces da língua

meu verso corta a pele
sem dor
como o sol desce no mar de amor
não sangra só singra
não rema só rima
é verso que brilha
é verso que teima
em faces da língua

a voz do povo

dizia o poeta da floresta
o povo deve sorrir
na festa do povo que canta
no canto do povo daqui
mesmo com a terra em perigo
mesmo que se faça tempestade
é o canto que vai fazer sentido
é o povo que diz a verdade

amor de uma criança

·

saudade

já estou com os olhos que não secam
tirando o sono como tiros pela noite
água que desce das montanhas feito enchente
água corrente no embalo feito açoite
me desconstruo prédio em chamas desmorono
um por de sol que que me apaixona fim de tarde
suor que arde nas manhãs com chuva fria
a melodia dessa lágrima saudade

poesia no caminho

foi teu olhar mirando o céu que me fez livre
o teu calor vestindo o frio me banhou
só teu sorriso ao fertilizar meu canto
só o teu manto recobrindo minha dor
foi teu olhar na poesia do caminho
me fez menino na estrada anoitecer
tua leveza tua pele tua sombra
que fez-me obra de poeta renascer

na mesma solidão

verás o sol tão belo amanhecer
cada gota do orvalho espalhar
solidão de camarin de outro espelho
refletir a sua cor em cada olhar
verás que serei eu o seu cantor
em cada melodia que soar
profusão de olhos no calor
sentimentos qual as velas pelo mar
verás que meu sangrar é coração
que pulsa na corrente das marés
na mesma solidão que me deixou
amando tudo aquilo que tú és

sei tudo

sei tudo do seu corpo
quando dorme quando sonha
se não chora de saudade
se promete que me ama
sei tudo do seu beijo
se molhado me almeja
quando brinca com meus lábios
quando finge que me beija
sei tudo que tú pensas
quando longe me devora
na saudade noite a dentro
no meu choro mundo a fora

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Nas ruas e noites frias

chega um tempo em que não vemos mais os medos
não sentimos mais os becos
que antes eram escuro
é que luz da vida se faz festa
presente nos olhos da noite
que ilumina a cidade
todo sorriso verdade
que nem pensamos em morte
chega um tempo que somos só música
somos só poesia
nas ruas e noites frias

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Receita II

Receita II

Ainda na cama voce pode ouvir o melhor som
Chico Buarque, Rildo Hora, Ze Renato e Tom
O Menescall ou Baden Powell ou mesmo ouvir Alceu
O Ze Ramalho o Abidoral, Lula Fideles, Ceu
Betania, Gal, Cesar Camargo Mariano
E o cafe ja estara no pano
O pao quentinho junto Milton Nascimento
Arnaldo Antunes, Pato Fu, eu recomendo
... La pelas nove ta na hora de Elomar
Xangai, Cartola, Flor de Cactus, Guarabira
O Boca Livre, o Paulinho Pedra Azul
Toninho Horta, Sagrado Coracao Da Terra
Ja o almoco vem seguido de Caymi
Vandre, Vanusa, Quinteto Violado
A tarde cai vamos pra sombra do sobrado
Ouvir um pouco do som novo de Ednardo,
Nosso jantar tem a seguinte sinfonia
Moraes Moreira, tem o Luiz Melodia
Carlos Dafe, Dalto, Marina, Rita Lee,
Jane Duboc e voa suave pra curtir.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

esta cada vez mais perto de mim
essa cancao que ecoa nas vozes do norte
nao por ser sorte, mas por ser uma cancao verdadeira
que emana das cachoeiras
que traz o som dos igarapes
vento da floresta que espalha vida
natureza viva que nos faz dancar
esta cada vez mais perto de ti
o nosso canto amazonico de cada dia
reverberando na mata nossa cantoria
revelando a musica do nosso lugar

sexta-feira, 6 de abril de 2012

e na diferenca que me entrego
que percebo meu lugar
fogo quente quando e noite
na fogueira do luar
sou menino que solfeja
a cantoria dos amantes
se estou perto de outro sonho
que me invade pelo mar
se sou livre sou maduro
esse fruto que lambuza
minha pele minha alma
minha forma de cantar

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

conforto

quando encontro o teu corpo
sou outro
o mesmo
do encontro que tenho
quando encontro quer ser meu
sou teu
estou perto do céu
e sei que és do encontro que é mel
quando do encontro da abelha
contigo e comigo em busca do conforto

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

encanta

não é o tempo
nem as horas
a história que se quer
é o poema que se canta
que encanta uma mulher

jogo de salgar

era o quebra-mar que segurava tua mão
quando a onda se jogava na arrebentação
meu jogo de salgar o beijo
desejo de beijar o sal e te molhar
na espera do tempo que enche a maré
no festejo que o vento embala o navegar
a certeza do amor que se quer
o momento que se pensa encontrar
o laço dos dedos que nos une

bilhetes e balões

pensei em te mandar bilhetes
cartas e-mails balões
voar pelo céu infindo
e beijar os olhos chuvosos 
com os mesmos corações

paz profunda

deixe que sua voz se rompa de vez
mesmo sendo o grito esmagado que a garganta teima
mesmo ouvindo o grito que lhe faz centelha
prime pelo primor sem que exista talvez
seja canto quando for fortuna
acalanto da paz mais profunda

acredita no teu amor

meus lábios tremem tua falta
teu olhar que me fita
só o segredo que lava a alma
do amor que acredita

novelo

do novelo que se espalha no chão
sou o fio
que se enrosca sem desvio
emaranhando-se na areia
deixo que seja ceia
essa vontade de avançar mar a dentro
e mergulhar nas moreias
do sentimento

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

toodo sorriso

todo sorriso que espalha luz
faz brilhar a lua
faz cantar o vento
faz a vida mais feliz
o mar que banha a areia
molha o chão que piso
no estrato liso
que você de longe
pensa e diz

sábado, 28 de janeiro de 2012

olhos despertam na noite
quando a lua nasce
para ver seu brilho
que transforma luz
em saudade
uma verdade que devora
uma parte do medo
um brilho que revela
todo sentimento
e marca cada coração
sem dor