Quem procura chuva no sertão
Não sabe da seca
Não sabe da dor de estar com sede
Quem percebe o sol do litoral
Se delicia e se banha
Sem dá sentido ao irmão
Somos dois mundos
Dois poços fundos
Quem procura chuva no sertão
Não sabe da seca
Não sabe da dor de estar com sede
Quem percebe o sol do litoral
Se delicia e se banha
Sem dá sentido ao irmão
Somos dois mundos
Dois poços fundos
Da montanha, o pássaro se solta e segue a mirar o tempo
Olha o mar, o chão, o movimento.
Deixa se levar pelo vento e segue em seu voo horas à fio
Ruflar de asas são momentos de liberdade
São seus olhos que fitam o rio
Presas, são livres à correr para se esconderem das garras
Sabem do medo, da dor, do ataque brusco
Deixam-se mover entre as fendas
Não suportam amarras.
Vista -se agora para proteger seu sangue
Camuflagem entre folhas e galhos
Respirar de cada gota de orvalho
Que molha o tempo, o voo estanque
O sol se vai e leva o vento, as asas. o medo.
Sobra vida nas encostas da montanha
Suspiro.